terça-feira, 28 de junho de 2011

Morte da civilização Inca

De acordo com a tradição, todo Inca deveria casar-se com uma mulher de sangue real nascida em Cuzco. Huayna Capac o fez e desse casamento, sem alegria, nasceu Huáscar (“o odiado”), herdeiro legítimo do trono. No entanto, Huayna estava apaixonado pela princesa de Quito; e desse amor, presenciado com horror pelo Império, nasceu seu querido filho Atahualpa (“filho da fortuna na terra”).
Os filhos cresciam: Huáscar, amado pelo povo e malquerido pelo pai, e Atahualpa, amado pelo pai e alvo de revoltas dos cortesãos de Cuzco. O coração do reino estava divido entre os dois príncipes, que cresceram em constante rivalidade.
Arturo Capdevila, em seu livro intitulado Los Incas, retrata com expressividade a situação do Império:

Tumis ou Faca de Sacrifício com Herói Ñiaymlap
“Sombrio ocaso foi a vida de Huayna Capac. Seus filhos rivais torturavam-lhe a consciência com quem sabe quais duras previsões. Sinais nefastos manchavam o céu pátrio. De espanto em espanto, em misteriosa onda de lenda, corria no entardecer de seu reinado a fama dos espanhóis recém-chegados, homens brancos desembarcados um dia com temível desígnio pelo confim setentrional do país. O céu e a terra assinalavam presságios. Meteoros cárdeos rasgavam o firmamento na noite. Uma auréola de fogo dividida em três círculos rodeava o disco da lua. Os llaycas agouravam o Inca: “o primeiro círculo anuncia guerra; o segundo, a queda do sol; o terceiro, o fim de tua raça”.
Tudo isso se pressentia no reino do Peru. As próprias cerimônias realizadas pela morte de Huayna dão por sua parte um sinal disso. Uma espécie de loucura trágica estava impregnada na alma popular. Ao celebrar as exéquias de Huayna, bem entenderam que se despediam de seu último Inca. Nunca o templo de Tampu, próximo a Cuzco, presenciou mais solene homenagem. Os palácios reais foram clausurados por todo o Império. Fanatismo, fatalidade e loucura indicavam a iminência da queda. Imagina-se com espanto aquela pira de suplício alçada em honra ao Inca morto. Supõe-se que 4 mil vítimas voluntárias, entre concubinas e servos, dançaram e sucumbiram naquela fogueira em que já fumegava o vento vazio, a antiga glória do Peru.”
Antes de morrer, Huayna resolvera quebrar a tradição Inca e repartir o reino entre seus dois filhos: Atahualpa, que seria o monarca do Norte, e Huáscar, que o seria do Sul. Decidira também, em fidelidade à esposa amada, ser enterrado na cidade de Quito, junto às múmias de seus antepassados.
O cisalhamento do reino preparava obscuramente o império para o triunfo dos homens brancos. Em 1531, os exércitos de Atahualpa e Huáscar se confrontaram numa sangrenta batalha fratricida em Ambato e Quipaypán, da qual Atahualpa se saiu vencedor. Mas isso iria durar pouco tempo, como bem o sabiam os amautas e haravecs, povos de ciência e saber ocultos; para eles, Atahualpa não era na verdade um Inca, um legítimo filho do Sol; era um intruso.
Então, em 1532, Pizarro, conquistador espanhol, foi recebido por Atahualpa em Cajamarca, onde, na primeira oportunidade, aprisionou o imperador, iniciando a destruição do império.
Atahualpa foi morto por ordem de Pizarro. O povo já não tinha seu deus – era inconcebível como um deus poderia ter sido destruído tão facilmente por aqueles homens.
Assim foi a queda da tradição religiosa incaica; assim foi a queda do tão poderoso exército; assim foi a queda da capital, Cuzco. Assim foi a morte do Império Inca.
“Mas certo era que a lua havia se mostrado envolta na tríplice sinistra auréola. O invasor já começava a apoderar-se do solo americano e se cumpria, a seu tempo, a palavra profética de Nezahualcoyotl: virão tempos em que serão desfeitos e destroçados os vassalos, e tudo cairá nas trevas do esquecimento…” (CAPDEVILA, Los Incas, p.164).

O Tawantinsuyu ou Império Inca

O nome do Império Inca era Tawantinsuyu. Uma vez que já também já foi mencionada a tradução da palavra, vamos agora desmembrá-la, para explicar a divisão Imperial. Tawantin significa quatro, o número 4, e suyu significa terra, ou terras.Depois que Pachukuti, o nono Inka, iniciou de fato a expansão territorial do Reino de Cuzco, o Tawantinsuyu começou a se formar. Sua divisão é simples. Os Incas consideravam Cuzco, sua capital, como sendo o coração do mundo. Sendo assim, pela cidade passavam duas linhas imaginárias em diagonal: uma que ia de noroeste para sudeste, e outra que ia de nordeste para sudoeste dos seus domínios. Sendo assim, o Império ficava dividido em quatro partes (suyus).O suyu do norte recebia o nome de Chicasuyu; o do sul era chamado Kollasuyu; o do leste, Antisuyu e o do oeste chamava-se Kuntinxuyu. Cada suyu era considerado um Reino independente, sendo governado por um Apu.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Lendas ou Verdades sobre os Incas

A milhões de anos atrás, Viracocha (Criador do Universo), deu vida a seus dois filhos, Mama Oclo (filha da Lua) e Manco Capac (filho do Sol), que foram colocados por ele em suas respectivas ilhas, a da Lua e a do Sol, que ficam situadas no lago Titicaca. Os dois juntos tinham por dever localizar um local para a construção do seu império. Chegando a região do altiplano andino onde hoje se situa a cidade de Cuzco, Manco enterrou seu bastão na terra, a qual abriu uma fenda e o encobriu, e assim ele passou a chamar aquele local de Cuzco (Umbigo do mundo), no qual em anos foi denominada a capital do império Inca, e onde se situavam as fortalezas históricas do império Inca, a cidade de Cuzco foi construída no formato de um Puma na qual sua cabeça situa-se a fortaleza de Sacsahuaman, essa região é recoberta de mistérios, no qual há a existência de um túnel ligando as duas cidades, desde de Cuzco até o Kkoricancha (templo do Sol), qual hoje é a Igreja de Sto. Domingo .

Mas além desse também a uma história que diz que a cabeça de Atahualpa o último imperador Inca foi enterrada na cidade de Cuzco no qual o propósito era de que com o tempo a terra reconstituísse seu corpo, ele retornasse para libertar o império da mão dos que não souberam respeitar a cultura de um povo que se desenvolvia mais rapidamente que os europeus. 

A Pedra de Intihuatana

Uma das mais fascinantes obras da civilização inca começa agora a ser entendida. Trata-se da famosa pedra de Intihuatana, localizada na cidade mística de Machu Picchu, nos Andes peruanos. A rocha, tida por muitos como poderoso centro de energia, é cultuada até hoje, mesmo passado séculos de abandono. Místicos, esotéricos e curiosos de todo o mundo visitam Machu Picchu, e como lembrança ou pequeno souvenir trazem na bagagem dezenas de fotografias deste local sagrado.Para os incas, no entanto, ao contrário do que é dito na maioria dos livros de História, esta pedra não era uma simples pedra, muito menos um relógio solar. Devido ao íntimo contacto com o céu, o povo que um dia ali viveu necessitava, e muito, das observações dos astros, para sua própria sobrevivência. Como eram auto-suficientes em termos de alimentação, necessitavam conhecer a melhor época para o plantio e para a colheita, bem como era necessário também conhecer os pontos cardeais para edificarem suas construções. Noções importantíssimas de Geometria e Trigonometria eram adquiridas pelos incas através de profundos estudos do céu, sua única tela cinematográfica. Por outro lado, por serem politeístas, tinham nos astros seus deuses. Criaram inúmeras constelações, construíram calendários, ergueram monumentos grandiosos, tudo com a constante observação do céu. É sabido hoje que essa civilização possuía uma profunda ligação com o além, no entanto, essa ligação, após sucessivos trabalhos de pesquisa, mostrou-se muito maior e mais complexa do que se imaginava até então.Apenas uma rocha lavrada num único bloco dominando o terraço mais alto de Machu Picchu. Seu tamanho pode às vezes decepcionar, mas suas formas, sua posição, sua energia certamente chama a atenção de todos. Tal pedra parece dominar todo o império. Império esse estendido não só pelo Peru, mas também Bolívia, Chile e partes da Argentina e Equador. Esta é a Intihuatana, palavra quéchua que traduzida a grossos modos, nos dá uma idéia bem clara do que esta pedra representava para aquele povo. Inti provém de Sol, o Sol dos incas, enquanto que huatana descende da palavra huata, que significa amarrar, prender mediante cordas.

Deus Sol (Inti)

Os incas adoravam o deus Sol (Inti) e a ele dedicavam festas, rituais e templos que se espalhavam por todo seu império. Tal adoração era tão forte que não conseguiu ser totalmente apagada pela civilização: até hoje, mais de quinhentos anos após a conquista espanhola, boa parte da população dos Andes trata o Sol pelo nome carinhoso de Taita Inti (papai Sol). O Sol, deus bom e generoso, casado com a Lua (Killa), era considerado pelos incas como o pai da raça. Todos os soberanos incas eram tidos como representantes de Inti na Terra, com exceção de Huyana Capac, tratado como personificação do próprio deus.Os incas respeitavam oráculos e adivinhações. As previsões eram feitas, por exemplo, através das vísceras de lhamas sacrificadas, pelas posições dos corpos celestes, pela passagem de cometas, eclipses e pelas leituras das sombras que o Sol fazia num objeto sagrado chamado de Intihuatana (o lugar onde se amarra o Sol). Trata-se de um relógio solar, através do qual podiam ser determinados os solstícios (maior afastamento do Sol em relação ao equador celeste) e os equinócios (igualdade entre o dia e a noite).Seus descendentes, até hoje, são chamados de "Os Filhos do Sol", e ao contrário do que muita gente pensa, os incas estavam literalmente corretos em afirmar isso. Vejamos o por que: o Sol, e todos os astros constituintes do Sistema Solar foi resultado de um fenômeno conhecido no meio astronômico como supernova. Uma estrela primordial, por questões diversas, explode, e a partir desta explosão começa a haver uma concentração de matéria restante, que após um período de milhões, ou até bilhões de anos, constitui uma nova estrela e conseqüentemente novos planetas. Em outras palavras, tudo o que está na Terra hoje, esteve um dia, dentro de uma estrela, de um SoL.

Mais sobre o Império Inca

O Império Inca foi totalmente construído em função de múltiplas e constantes observações astronômicas. No entanto, mesmo passados séculos de estudos e pesquisas das mais diversas áreas, muitas das construções e costumes ainda permanecem uma incógnita. Talvez o maior mistério é o que se refere à tomada de posições. Os incas construíram uma civilização e um império que mesmo hoje, passados mais de 500 anos da parcial destruição espanhola, ainda continua a fascinar os homens por seus mistérios. Para que todo esse gigantesco império fosse construído, noções de Geografia e Geometria, mesmo naquela época, já eram muito bem conhecidas, prova disso são as construções de cidades famosas, como Machu Picchu, Cuzco, Ollantaytambo e o enigmático platô de Nazca. Também se serviam de conceitos de Geografia astronômica para determinar as melhores épocas para o plantio e para a colheita, já que os mesmos eram auto-suficientes em termos de alimentação. No entanto, o método pelo qual determinavam algumas posições ainda hoje permanece uma incógnita. Logicamente hoje possuímos inúmeros aparelhos e instrumentos para a tomada de posições geográficas, talvez o mais conhecido deles seja a bússola. Através dela podemos identificar, em qualquer parte do globo terrestre os pontos cardeais Norte e Sul, e, conseqüentemente, o Leste e o Oeste. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, tais pontos não nos servem como referência precisa, já que a bússola nos mostra Norte e Sul magnético, e não Geográfico, que na verdade nos interessa mais. Os pontos cardeais magnéticos tem uma profunda ligação com o eixo magnético da Terra, e em função disso, à medida que nos deslocamos na superfície de nosso planeta, tais valores sofrem significativa alteração. Próximo à linha do equador, por exemplo, qualquer corpo físico certamente pesará algumas gramas a menos que um mesmo corpo localizado próximo ao pólo magnético, seja ele Norte ou Sul. Já os pontos cardeais geográficos são aqueles indicados na maioria dos mapas contidos em atlas, e portanto, os mais conhecidos e aceitos. No entanto, para que possamos identificar esses pontos no horizonte de qualquer lugar, que como os próprios nomes indicam, são pontos, é necessário que ou conheçamos a declinação magnética do lugar, que, note-se bem varia de época para época, ou conheçamos os movimentos aparentes do Sol.

domingo, 26 de junho de 2011

OS EDIFICIOS INCAS




Os edifícios incas se caracterizam pela monumentalidade e sobriedade, com blocos tão perfeitamente talhados que dispensavam argamassa. Suas cidades eram verdadeiras fortalezas, construídas com grandes muralhas de pedra. Entre os principais monumentos consta o Templo do Sol, em Cuzco, uma enorme estrutura de pedra que tinha todo o interior resplandecendo de ouro e prata. A construção dos edifícios da cidade de Machu-Picchu foi feita de grandes blocos de granito, alguns dos quais chegando a pesar três toneladas. É um mistério como os incas que não conheciam a roda e não possuíam ferramentas de ferro ou aço, puderam transportar e montar tais blocos. Milhares de quilômetros de estradas ligavam todos os recantos do império a Cuzco, favorecendo sobremaneira a eficiência da administração.